sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Graffiti: A arte das ruas - Entrevista com o grafiteiro Heroi




Olá pessoal, essa é minha estréia aqui no blog, e sempre que puder vou estar trazendo assuntos voltados para arte e cultura.


Para começarmos escolhi a linguagem Graffiti como arte inicial dessa nossa jornada, e com isso também quero lançar uma HASHTAG para nos comunicarmos sobre as artes que vocês vivenciam nas ruas de SP, ela é a #artenasruas ! Toda vez que vocês se depararem com qualquer tipo de arte nas ruas, tirem foto e nos mande através da hashtag.




Então...

O graffiiti é o 4º elemento da cultura HIP HOP e surgiu na década de 1970, em Nova Iorque, quando alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade. Essas marcas evoluíram com o passar do tempo, tanto em técnica quanto em temas.
Nós do Diversificando amamos arte e cultura, e o graffiti é uma manifestação artística urbana que além de ter evoluído muito esteticamente, também atua como agente social nas periferias, ajudando adolescentes e jovens a direcionar seus sentimentos, emoções em uma arte totalmente acessível e para passar um pouquinho dessa arte para vocês entrevistamos o grafiteiro Heroi.
O paulista de 31 anos, Evandro Jerônimo da Silva, conhecido como Heroi, vem destacando-se na cena local, com seus grafites que mistura estética, leveza e alegria. É morador do bairro Jardim Ibirapuera, formado em Artes Visuais, da aula de Artes plásticas em uma escola de São Paulo e é educador de danças urbanas na Fábrica de Cultura do Jardim São Luís. É sem dúvida uma referencia de cultura e ação social em seu bairro, trazendo mais cor e alegria para a periferia. 




Links indicados:  

Porque Heroi?
-      “Desde pequeno colecionava revistas de heróis e quadrinhos, sempre gostei, mas uma revista em especial chamava-se Herói, em 98, 99 quando comecei a ter mais envolvimento com o graffiti e com a dança breaking, lembrei das revistas e peguei o nome emprestado,  automaticante os amigos começaram a me chamar assim. (Risos)

-      Quando começou o seu interesse por graffiti?
- “Começou na 7ª para a 8ª série, quando eu tinha 14 anos. Eu estudava em um colégio que tinha os 4 elementos do HIP HOP, tínhamos b.boys, grafiteiros, e grupos de rap com dj’s e mc’s. Eu andava com uma galera do skate e da pichação, e já desenhava naquela época, fiquei curioso quando vi um amigo dançando breaking no intervalo e pouco tempo depois esse mesmo amigo me convidou para pintar uma parede com ele. Era entre 97 e 98, o HIP HOP estava ganhando novos adeptos na região.

O que você tem a dizer sobre seu estilo de grafitar?
- “É fruto de uma pesquisa, de anos, antes eu desenhava personagens, depois que iniciei no graffiti comecei a fazer bastante letras, eu ainda gosto muito das letras, mas agora busco algumas ideias que estavam guardadas, desenhos mais simples, minimalistas e que permitam uma interpretação livre. Hoje eu trabalho mais com a imaginação de quem observa os meus trabalhos, com uma pegada meio infantil e meio surreal.

 
Qual a relação entre o seu graffiti e as questões sociais?
- “Bem, vou na contra mão de algumas coisas que vemos na sociedade, excessos, conflitos, levo a relação do corpo no espaço e em contato com o outro, através do olhar, do brincar, do trabalho coletivo, do sorrir.

Você tem planos ou metas para a sua arte?
“Meu objetivo é continuar fazendo o que faço, e sempre fazendo do jeito que eu acredito, gosto da idéia de inspirar e ser inspirado”.

Falando de inspiração quais são as suas?
- “Falar um nome é difícil, mas me inspiro em caras que fazem as mesmas coisas a anos, mas sempre trazem essas coisas de formas diferentes, é como ver um filme, ouvir uma música, ler um livro, ou ver uma foto com um tema que até já foi trabalhado várias vezes, mas que ao você ver te traz algo a mais, algo diferente”.



O que você faz além de grafitar? Da para viver do graffiti?
- “Escolhi não viver da pintura, escolhi viver de dar aulas, acho que gosto da troca que as aulas proporcionam. Não acho que seja fácil, mas para quem quer viver só de graffiti é possível, hoje as pessoas contratam grafiteiros para dar aulas, palestras e para fazer trabalhos em casas e em comércios, além da possibilidade de expor em galerias e tal”.

Quais dicas você da para quem quer começar a grafitar?
-      “Bem, a primeira dica é desenhar bastante em casa, depois depende da linha que a pessoa quer seguir, existem várias possibilidades de materiais e estilos do que se fazer, mas gosto de encarar o muro como um treino, hora flui bem, hora não, mas a experiência prática é sempre importante, para sabermos o que fazer e o que não fazer nos próximos, a dica é experimentar algumas situações (muros autorizados e muros rápidos), alguns estilos (entre letras e personagens) e materiais (sprays, tinta látex, pincel, rolinhos), acho que é isso, experimentar estilos e formas de se pintar no muro e devagar vai fluindo, e na medida que tiver mais relação com a sua vida e com as suas idéias, o fazer graffiti com o tempo vai ser mais do que pintar um muro.

No dia da entrevista tive a oportunidade de ver o processo do graffiti do Heroi, desde pintar o muro até o graffiti  finalizado, foi uma experiência incrível e super me inspirou a começar umas TAGs (assinaturas). E enquanto ele grafitava diversas crianças passavam e perguntavam o que ele estava fazendo e com toda paciência ele explicava, sem falar das senhoras que o parava para perguntar o quanto ele cobrava pelo graffiti e simpaticamente ele dizia que só sabia fazer aquele tipo de desenho nada mais.

Agradeço pela simpatia e pelo trabalho realizado nos muros do Jardim São Luís e região.

* Optamos em escrever graffiti e não “grafite” por ser assim que o elemento graffiti é chamado e reconhecido dentro da cultura Hip Hop.

Veja todas as fotos do dia da entrevista:





















Phran Noctuam

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6 comentários:

  1. Adorei, tem vários trabalhos de grafitti na minha cidade e acho lindos *o*

    http://www.eucurtoliteratura.com/

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    1. Mara né? tira foto e lembra da nossa hashtag #artenasruas. Vamos levar essa arte a outros niveis! E obrigada por dar uma passadinha aqui pra nos visitar *-*

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  2. Acho lindo o Grafitti, por mim deveriam grafittar em todas pontes, pontilhões e por aí. Deixariam as cidades mais bonitas, alegres e coloridas <3

    beijos :*
    http://descomplicandocosmeticos.blogspot.com.br/

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    1. Ja pensooooooooou Raissa! SP principalmente ia ter uma outra carinha. Seria menos cinzenta né? Obrigada pela sua visita ♥

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  3. Eu acho incríveeeel esses trabalhos artísticos, tem que ter muito talento!

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    1. Né? Desenhar é nascer com uma visão incrível de arte. Imagina olhar e já imaginar o sombreado, isso e aquilo? Né pra mim não hahahaha. Admiro muito quem faz! Obrigada pela visita!

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